O Dia Internacional da Mulher, 8 de março, é extremamente importante no calendário mundial. Ele serve para refletir sobre as lutas e revoluções causadas pela desigualdade de gênero na vida das mulheres do passado e do momento atual. Mas você sabe a origem da data?

Primeira manifestação feminina

A primeira manifestação liderada por mulheres foi em Nova York, no dia 26 de fevereiro de 1909. No dia, quinze mil mulheres foram às ruas por melhores condições de trabalho, as quais, na época, eram precárias e insalubres. 

A tragédia na fábrica de New York

Em 1911, também em New York, aconteceu uma tragédia na fábrica Triangle Shirtwaist Company. No dia 25 de março, 125 mulheres morreram carbonizadas no interior da fábrica. A causa do incêndio foi as péssimas condições das instalações elétricas combinadas com materiais que compunham a estrutura física da fábrica e que aceleraram o incêndio, como madeira seca e tecidos. Outro fator que contribuiu para a tragédia foi a ação dos dirigentes da fábrica de trancar os funcionários no galpão de serviço com correntes e cadeados. 

Oficialização pela ONU

A Organização das Nações Unidas fez de 1975 o ano da mulher e, nesse mesmo ano, o dia 8 de março foi oficializado como Dia da Mulher. Desde então, a data tem sido reconhecida por homenagear as lutas e dar continuidade ao progresso feminino. Igualdade de gênero, ressignificação do papel da mulher na sociedade, celebração das conquistas e o lembrete de que a luta ainda é necessária são os principais motivos de comemoração da data atualmente. 

Além das lutas internacionais, a história do Brasil está cheia de mulheres importantes e incríveis que marcaram sua época. Confere aí algumas mulheres incríveis e brasileiras: 

Maria Quitéria (1792-1853) - Militar

Maria Quitéria viveu o processo de independência do Brasil e nele, foram convocados todos os homens em idade de lutar. O pai de Maria Quitéria não gostou quando a filha lhe pediu que a autorizasse para se juntar ao regimento. Diante da proibição paterna, fugiu de casa e foi para a residência da sua meia-irmã que lhe ajudou a se transformar no soldado Medeiros. Ela se destacou no manejo de armas e com isto, se tornou a primeira mulher a integrar as forças regulares no Brasil. Maria Quitéria foi condecorada com a Ordem Imperial do Cruzeiro, pelo Imperador Dom Pedro I. 

Carlota Pereira de Queirós (1892-1982) - Médica e deputada

Carlota Pereira de Queirós nasceu em São Paulo numa tradicional família paulistana. Foi  médica e se formou em Medicina na USP, em 1926. Neste campo, se destacou como hematologista. Durante a Revolução Constitucionalista de 1932 prestou assistência aos feridos organizando um grupo de 700 mulheres. O gosto pela luta democrática fez com que ela se candidatasse pela Chapa Única por São Paulo nas eleições legislativas de 1933. Sua candidatura foi apoiada por cerca de 14 associações femininas de São Paulo. Vitoriosa, seria a primeira deputada federal do Brasil. Ela entrou para história ao quebrar a hegemonia masculina do legislativo brasileiro sendo homenageada com uma avenida e um busto em São Paulo.

Enedina Alves Marques (1913-1981) - Engenheira civil

Se ainda causa estranheza uma mulher seguir a carreira de engenharia, imagine na década de 40. Enedina Alves Marques, nascida em Curitiba, foi professora de matemática. Ingressou na Universidade Federal do Paraná em 1940 e teve que conciliar o trabalho e o estudo. Foi a primeira negra no Brasil a se formar como engenheira e a primeira a concluir o curso na universidade paranaense. Seus esforços foram recompensados, pois quando terminou o curso, trabalhou no Departamento Estadual de Águas e Energia Elétrica do Paraná. Integrou a equipe de engenheiros que atuou na construção da usina hidrelétrica Capivari-Cachoeira (PR). Atualmente, o nome de Enedina Alves Marques batiza o Instituto de Mulheres Negras, de Maringá (PR).

Saber sobre as lutas femininas e a origem do Dia Internacional da Mulher é necessário para entender a importância dessa data e o papel da mulher na sociedade atual.

Feliz dia da Mulher!